Neste momento de incerteza e dor, podemos nos dar as mãos.
Estamos distribuindo cestas básicas às famílias matriculadas, apesar da suspensão temporária, agora a necessidade aumenta: Fale Conosco!
Nossa Primeira Viagem a Pirapitingui – Uma lição de Amor.
Vou procurar escrever um texto pequeno e simples porque não sou escritora nem conseguiria descrever senão uma mínima parcela do que vivenciamos nesta excursão.
O sucesso foi integral e tudo correu em paz, harmonia, e a felicidade era geral. A impressão era de que a organização efetiva não era a nossa, mas de que estávamos totalmente sob orientação e inspiração do alto.
Nossos corações estavam ligados aos corações dos nossos irmãos da espiritualidade. O ambiente desde a viagem era de gratidão e respeito, e uma ansiedade geral, pois afinal, tudo era novo e sabíamos de antemão, que não seria apenas um “passeio”, mas um grande trabalho espiritual estava organizado há tempos e, somente agora – 10 anos depois da existência do Centro Espírita Jésus Gonçalves – conseguíamos materializá-lo.
A expectativa era imensa da chegada, poucas conversas e manifestações discretas de alegria; no íntimo cada um dos integrantes entendia, intuitivamente, que aprenderíamos muito; estávamos todos sendo preparados para uma vivência especial.
Chegando a Pirapitingui, demos início a nossa peregrinação. Fomos conhecer o Centro Espírita fundado por Jésus Gonçalves, a casa onde ele viveu e passou seus últimos instantes, o cemitério onde ainda se encontram seus despojos, o Pavilhão “Jésus Gonçalves” – uma antiga e grande construção, já quase em ruínas, em homenagem a ele, e andávamos pelas ruas daquela “cidadela”, onde nosso querido amigo passou parte da sua vida, aprendendo com a dor da doença e expiando seu passado de enganos; mas principalmente amando seus semelhantes e distribuindo o bem e este amor imenso. Seu coração caridoso socorria a todos.
Jésus não viveu a doença como um castigo, ao contrário, fez dela o instrumento de que se utilizou para servir a Deus e ao próximo. Amou muito os seus companheiros de dor e mesmo ainda antes de se converter ao Espiritismo, já era muito amado e querido pelo bem que distribuía a todos e pela alegria e força moral que demonstrava. Fez da dor o degrau de elevação e aos que choravam levou alegria e esperança.
À tarde visitamos os Pavilhões das Enfermarias… Muita tristeza e dor. Marcas profundas no corpo, na pele, mas principalmente nos olhos e nos corações daqueles que sofrem o estigma desta doença.
Não muita coisa mudou desde a época em que Jesus Cristo curava os “leprosos” banidos do convívio social.
Hoje usamos outro nome, “hanseníase, temos outros recursos para aceitá-los em nosso meio, mas o estigma existe; são os “marcados pela lepra”, os filhos de Lázaro e há uma dor profunda em seus olhares.
Grande parte deles está mutilada pela doença, seus membros estão marcados e seus corações clamam por socorro.
Temem nossos abraços, envergonham-se da nossa chegada, tem medo, sentem- se humilhados e em alguns podemos sentir a revolta por não entenderem o processo da regeneração que o Espiritismo nos ensina.
A dor de quem os visita é enorme, a lição é inesquecível; com certeza levaremos para sempre conosco e por toda a eternidade. Mas sustenta-nos a fé e a compreensão, mesmo que imperfeita, da indiscutível justiça das Leis de Deus.
Nossa visita foi curta, tínhamos que cumprir os horários e eles, o doente eram tantos…
Algumas palavras de amor, muitos abraços, beijos carinhosos, passes aos que solicitavam… E muitos nos perguntavam: “vocês não tem medo?”.
Aquele abandono, aquela solidão, tristeza, mexia com as fibras mais íntimas do coração de todos os integrantes da Excursão. Nós lhes falamos com amor sobre paciência, fé e principalmente falamos de Jesus!
Esta foi uma das grandes lições que o Plano Espiritual responsável pela Casa do Caminho Centro Espírita JÉSUS GONÇALVES – reservou aos trabalhadores desta imensa equipe de encarnados e desencarnados que compõem a Fraternidade de Jésus Gonçalves.
Fomos num grupo de 27 pessoas, alguns muito jovens, preparando-se para o trabalho vindouro, outros em meia idade e mais velhos, aprimorando-se para abraçar com mais coragem o que nossos irmãos desta Fraternidade de
Amor nos reservam, como prêmio nesta reencarnação. Nosso Trabalho apenas inicia.
Um belo socorro de resgate e atendimento aos desencarnados que ainda se encontram sob a impressão da “lepra”, foi realizado, quando em vários momentos o grupo se reuniu em prece, cantou e orou a JESUS por todos.
Muita emoção, amor, muitas lágrimas, mas também grande felicidade pela concessão que recebemos.
A Deus nosso PAI, a Jesus o MESTRE, e a nosso amado JÉSUS GONÇALVES e toda a equipe de Espíritos amigos que nos acompanharam, neste aprendizado de amor, agradecemos eternamente.
Se algo podemos pedir nesta hora, fazemos com o coração, implorando que JESUS nos conceda cada vez mais a possibilidade de continuar dando a humilde contribuição a este nosso companheiro de tanto tempo e oferecendo a ele o nosso preito de amor.
Quando emprestamos as palavras de Emmanuel para dizer “Servir é a honra que nos compete”; o fazemos com a alma profundamente agradecida; reconhecendo a alegria de Servir em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Muita Paz a Todos!
As bênçãos de Jesus Cristo a todos os voluntários da Casa do Caminho – Centro Espírita Jésus Gonçalves; que cada vez mais se fortaleçam no amor ao próximo e na vivência do Evangelho; única esperança para a transformação da Terra.
Texto escrito por
Mariângela de Castro – Presidente da Casa do Caminho – Centro Espírita Jésus Gonçalves. Pindamonhangaba, 04 de agosto de 2013
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Nossa I Viagem a Pirapitingui – Click e leia o texto que descreve este momento histórico para os trabalhadores da Casa do Caminho – Centro Espírita Jésus Gonçalves de Pindamonhangaba
Palestra Espírita na Casa do Caminho
Tema: A Progressão dos Espíritos – Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos – Capítulo I – DOS ESPÍRITOS
Questão 114: ” São os Espíritos bons ou maus por natureza, ou eles próprios é que se melhoram?”
” – Eles mesmos se melhoram, passando, consequentemente, de uma ordem inferior para outra superior.”
Temas relacionados serão abordados com propriedade nesta ocasião especial.
Biografia de Jésus Gonçalves
Biografia de Jésus Gonçalves
Deste divulgador do espiritismo no Brasil. Jésus veio ao mundo no dia 12 de julho de 1902, nascido na cidade de Borebi (interior de São Paulo). De família de lavradores, ficou órfão de mãe aos 3 anos.
Aos 14 anos empregou-se em uma fazenda. Neste época, começou a aprender música e se apresentar com uma banda em quermesses e bailes. Ao completar 17 anos mudou-se para Bauru (também interior de São Paulo).
Três anos depois casou-se com Theodomira, que era viúva e tinha duas filhas. O casal teve mais quatro filhos. Nesta época já trabalhava como tesoureiro na prefeitura da cidade.
Em 1930, sua esposa desencarnou com tuberculose. Apesar das dificuldades em criar as seis crianças, continuou a tocar clarinete na banda da prefeitura e atuar como diretor e ator de teatro. Mesmo sem ter o ginásio completo, colaborava com poesias e prosas em vários jornais.
Casou-se novamente com Anita Vilela, vizinha que o auxiliava a cuidar dos filhos. Mas aos 27 anos soube que era portador de hanseníase (lepra). Anita conhecia a doutrina espírita e tentava, em vão, esclarecer o ateu Jésus.
Nestes tempos os doentes eram obrigados a abandonar seus empregos e viverem isolados da sociedade, ou em suas casas ou em leprosários. Foi aposentado prematuramente e passou a viver em uma moradia cedida pela Câmara Municipal. Ele continuou a escrever para o “Correio da Noroeste”.
Pouco depois, Jésus muda para um sítio, onde passou a cultivar frutas. Em agosto de 1933, é recolhido pelo Serviço Sanitário que o interna no Asilo-Colônia Aymorés. Líder nato, funda no asilo o jornal interno “O Momento”, a “Jazz Band de Aymorés”, uma equipe de futebol e um grupo teatral interno.
Sofrendo de problemas no fígado, ele buscava a transferência para um hospital de Guarulhos, mas suas cartas eram interceptadas pelo diretor do sanatório, que não queria perder seu dinâmico interno.
Em 1937, consegue a transferência, mas fica no Hospital de Pirapitinguí, em Itú. Sem perder tempo, monta uma banda de jazz, a Rádio Clube de Pirapitinguí (existente até hoje) e o jornal interno “Nosso Jornal”.
Anita desencarnou em 1943. Durante o velório, marcado por fenômenos mediúnicos, a abnegada esposa dá uma mensagem, cuja intimidade do texto deixou Jésus sem, dúvidas de sua veracidade. Este pequeno trecho: “Velho, não duvides mais, Deus existe!”, faz com que ele busque nos livros espíritas as explicações para o contato.
Sua conversão ocorreu de forma bastante convincente. Um dia, às voltas com suas dores no fígado, resolveu chamar aquele Deus que tanto procurava, desafiando-o. Tirou um pouco de água e colocou em um copo dizendo:
“Se Deus existe mesmo, dou 5 minutos para que coloque nesta água um remédio que me alivie as dores que sinto”.
E contou no relógio. Quando começou a beber, sentiu que estava totalmente amarga. Chamou um companheiro que confirmou a alteração da água. Dois minutos depois todas as suas dores desapareceram.
Fundou em 1945, A Sociedade Espírita Santo Agostinho. Com dificuldades, conseguiu recursos junto às comunidades espíritas para a construção da sede. Diversas caravanas espíritas passaram a visitar o sanatório, levando alegria e conforto aos internos. Passou então a atender as incorporações de familiares e desobsessões severas, daqueles considerados “loucos”, permitindo a estes que voltassem a vida normal.
Vinte dias antes de desencarnar, com a doença já tendo lhe consumido todo o corpo e as cordas vocais, Jésus foi à sessão espírita. Para surpresa das 300 pessoas presentes, os mentores da casa devolveram-lhe a voz e ele pode fazer uma preleção de quase duas horas de duração, com elevados ensinamentos evangélicos. Ao término da palestra, a voz de Jésus sumiu novamente.
Seus últimos dias de vida foram muito dolorosos. Seu corpo estava completamente deformado pela doença, o rosto transfigurado e seus órgãos começaram a parar e, lentamente desligou-se do corpo físico.
Mas teve tempo de saber que o sofrimento é o caminho que nos leva a Cristo. Assim, pôde mudar a mentalidade daqueles que consideravam como animais fedorentos os doentes internados em asilos, sanatórios e leprosários.
Fonte: O Trevo — Julho / 02.
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